Maria Montessori nasceu na Itália, em 31 de agosto de 1870. Ela foi uma educadora, cientista, médica e psiquiatra. Sempre defendeu os direitos das mulheres e manteve sua devoção ao cristianismo, pois era católica.

Montessori é oriunda de um família burguesa e teve acesso à educação. Enquanto a maior parte das mulheres optavam pelo Magistério, a jovem optou por cursar Medicina.  Foi a primeira médica da Itália. Para isso, ela enfrentou a oposição de seu pai e as barreiras que lhe foram impostas até ser aceita na Universidade de Roma.

A sua luta pelo acesso à educação e uma relação afetiva mal sucedida levaram Maria Montessori ao movimento feminista. Ela entendeu que a luta das mulheres era importante para elas e para as crianças. Ela foi representante nacional e internacional das mulheres italianas nos Congressos de Berlim (1896) e Londres (1899).

Em sua vida profissional, Montessori passou a se interessar e pesquisar sobre a educação de crianças com deficiência mental e aplicou métodos criados por ela para que essas crianças aprendessem a ler, escrever e ter mais autonomia. Em 1906, ela fundou a Casa dei Bambini, em Roma, onde passou a cuidar e educar filhos de trabalhadores. Nesse espaço, Montessori aplicou o que havia observado e já realizado com as crianças deficientes, originando, então, o Método Montessori.

A perspectiva do Método Montessori e os materiais que ela criou foram muito inovadores para sua época, pois tiravam o adulto do centro da sala de aula e davam protagonismo e poder de decisão às crianças. Ainda hoje, em 2023, isso é inovador, pois nossa educação é tradicional. Montessori, trabalhou com a premissa de que a criança é o seu próprio professor e que para ela aprender é necessário liberdade de escolher as atividades dentro do seu tempo e do seu interesse. Ao adulto cabe acompanhar a criança e oportunizar um ambiente preparado para suas descobertas e aprendizagens.

O trabalho de Maria Montessori foi reconhecido e aplicado em diversos lugares do mundo, o que chamou a atenção de Mussolini. Montessori acreditou na proposta de aplicar o seu método em toda a Itália, assim, chegou a trabalhar junto dele na criação de escolas e difusão do Método Montessori. Contudo, ao perceber que o regime contrariava a liberdade, uma das bases de seu método, ela denunciou o fascismo, públicamente.

Isso acabou levando Montessori ao exílio e suas escolas foram fechadas, em 1933. Durante o exílio, Montessori morou e trabalhou na Espanha, Holanda e Índia – locais onde continuou seus estudos e experiências educacionais. Ela retornou à Itália em 1947 para apoiar a reorganização das escolas e lecionar na Universidade de Roma.

Montessori foi indicada ao Nobel por três anos consecutivos (1949, 1950 e 1951), mas, nunca ganhou.

Ela morreu em 1952, aos 82 anos, após ter publicado muitos livros. Seu legado é visto até hoje ao redor do mundo e seu trabalho inspira educadores e famílias, que talvez não conheçam sua história, mas entendem que “a criança constrói o ser humano” (Maria Montessori).